terça-feira, abril 01, 2008

Não me vesti de negro,
Quando o brilho me levaste,
Com o meu último fôlego,
Foi-se a força que criaste.
Acabaste.
E eu de olhos fechados,
Cerrados para não ver,
Que metade do meu viver,
Da história que queria escrever,
Eram rascunhos riscados,
Rasgados.

Vesti-me de cinzento,
Quando largámos as mãos.
Vesti-me da cor que não tem definição,
Sem ponta de agitação,
Com a calma de quem já esperava,
Que uma guerra longa e sofrida,
Mesmo quando vencida,
Já não deixa sentir nada.



Sem jeito. Mas já há muito, mesmo muito, que não me saiam sequer dois versos. Decidi pôr.

4 comentários:

  1. esta simplesmente lindo!
    nao fazes da escrita a tua vida, mas quando escreves tens aquele toque so teu que consegues fazer com que as pessoas fiquem aprisonadas àquilo que escreves e que fiquem ansiosas pelo proximo texto que vem.

    fico aprisionado a esta pagina e ansioso pelo texto que se segue. cada um e melhor que o outro.
    ha quem escreva montes e montes de textos, mas tu so com um consegues batê-los a todos :D

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  2. Não te sabia tão poética.. Nunca me deste a conhecer este teu lado. :)

    [Z~XIII]

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  3. Aha, eu sabia! Tinhas de ter uma veia poética.

    Explora-a.

    Fico à espera de mais.

    ***

    *Blossom*

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  4. Esta e as seguintes, não se tratam de composições tão fortes como "Passai./Negai essa vontade inata de olhar este canto.", sem dúvida onde se sente a verdadeira imponência de força poética, mas antevê-se uma alma criadora... Se não for indiscrição, onde estão os restantes poemas?!

    :)

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