tag:blogger.com,1999:blog-357931422024-03-14T02:46:45.924+00:00Ser do Contramel.e.dramahttp://www.blogger.com/profile/03747839908677277986noreply@blogger.comBlogger37125tag:blogger.com,1999:blog-35793142.post-57761300415068930972010-04-11T23:04:00.003+00:002010-04-11T23:17:55.210+00:00O cair da máscara..<div style="text-align: left;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms'; ">Suba ou não a cortina de veludo vermelho, a coreografia concretiza-se, desenrola-se já sem qualquer esforço, sem pensamento activo; cada passo uma sucessão óbvia do anterior. Não existem ensaios sob a luz dos holofotes em cenários diversos ou das frestas de luz que perfuram persianas de um quarto não reconhecido. As falas, há muito automatizadas, não provocam alvoroços e, não raras vezes, conquistam mesmo alguns esgares de simpatia.</span></div><div style="text-align: left;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Romper com esta rotina é hipótese que não chega, sequer, a fase de cogitação. Cruza o horizonte do surreal designar de </span><i><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">vida </span></i><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">um estado tão desprovido de vontade.</span></div><div style="text-align: left;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></div><div style="text-align: left;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Um atrevimento, deixar uma página em branco e continuar a história com um novo traço, sujo mas firme; tímido mas cheio, assertivo.</span></div><div style="text-align: left;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Uma loucura dizer que o espectáculo chegou ao fim, que os palcos a pisar agora são outros.</span></div><div style="text-align: left;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Uma insolência provocar e arriscar arrancar interjeições de espanto, uivos de raiva, trovejar de portas e punhos cerrados.</span></div><div style="text-align: left;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></div><div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Para quando deixar cair a máscara e respirar?</span></div>mel.e.dramahttp://www.blogger.com/profile/03747839908677277986noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-35793142.post-81216068310265599562010-04-04T15:15:00.002+00:002010-04-04T15:22:57.045+00:00<span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Era preciso admitires que, finalmente, esbarraste na realidade. São incríveis os meandros em que te embrenhas com tanto brio para lhe escapares, enquanto o empenho te devia levar a esculpi-la a teu jeito.</span><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Era preciso que tivesses vontade, que o amor próprio não tivesse caído tão fundo.</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Era preciso não teres trancado a porta para depois esconder a chave do mundo.</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Era preciso que visses - mas tu vês, não é? Já percebeste que esse refúgio é um castigo a que ninguém mais te entregou senão tu. Arromba essa porta, deixa que a luz te cegue, que o ar, novo, sem o peso de culpas, dúvidas, mágoas de quem faltou ao prometido, te sufoque o corpo. Sente o cheiro de uma essência renovada sem que outra seja renegada. E deixa-os entrar. Quem sabe não passa por essa porta quem te saiba ler o gesto? Quem te oiça as ânsias por detrás dos lábios cerrados? Quem te revele relíquias que nunca em ti sentiste?</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Era preciso que fechasses os olhos e te deixasses levar.</span></div>mel.e.dramahttp://www.blogger.com/profile/03747839908677277986noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-35793142.post-85995282640356146272010-02-08T19:08:00.004+00:002010-02-08T19:14:02.835+00:00<span class="Apple-style-span" style="line-height: 18px; font-family:Trebuchet, 'Trebuchet MS', Arial, sans-serif;"><b><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#CCCCCC;">Ela:</span></span></b><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#CCCCCC;"> Não quero, de todo, começar a viver com os olhos fechados... mas quantas vezes penso que gostava de conhecer outro tipo de personalidades. Podiam até ser iguais à minha, fundávamos um clube qualquer dos que estão a mais por estes mundos, dávamos uns pulos e éramos felizes.</span></span></span><div><span class="Apple-style-span" style="line-height: 18px; font-family:Trebuchet, 'Trebuchet MS', Arial, sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#CCCCCC;"><br /></span></span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="line-height: 18px; font-family:Trebuchet, 'Trebuchet MS', Arial, sans-serif;"><b><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#CCCCCC;">Eu:</span></span></b><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#CCCCCC;"> Porque é que não deixámos migalhas no caminho para sabermos os passos que nos levam de novo para a lua?</span></span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="line-height: 18px; font-family:Trebuchet, 'Trebuchet MS', Arial, sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#CCCCCC;"><br /></span></span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:Trebuchet, 'Trebuchet MS', Arial, sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style=" line-height: 18px;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#CCCCCC;"><br /></span></span></span></span></div><div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:Trebuchet, 'Trebuchet MS', Arial, sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style=" line-height: 18px;"><i><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#CCCCCC;">Como é que se consegue deixar de viver numa realidade paralela?</span></span></i></span></span></div>mel.e.dramahttp://www.blogger.com/profile/03747839908677277986noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-35793142.post-35600066447419399512010-01-23T23:21:00.001+00:002010-01-23T23:22:51.406+00:00<span class="Apple-style-span" style="font-family:verdana;">My heart is <b>gold<span class="Apple-style-span" style="font-weight: normal;">.</span> </b></span><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:verdana;"><br /></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:verdana;">What will you give me for it?</span></div>mel.e.dramahttp://www.blogger.com/profile/03747839908677277986noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-35793142.post-75889139546365595642010-01-09T21:12:00.002+00:002010-01-09T21:33:01.386+00:00<div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms'; ">Sou desequilibrada. Foi esta a realidade que me atiraram, sem aviso, para o colo.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Não. Um desequilíbrio pressupõe que haja duas partes que formam um todo, mas cuja repartição não foi feliz. Eu não tenho duas partes. Nem três, nem mais. Eu não tenho - faltam-me partes. Sou uma ideia inacabada. Uma frase que não se concluiu; não tem reticências, interrompe-se, abruptamente.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Sou descompensada, isso sim. Inacabada. Há caminhos em mim que não se chegaram a lavrar. E, de repente, não sei o que faça com isto, isto que não sou; isto tudo.. que é tudo menos ser.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Enlouqueci. Deitada, jorrei sem hora marcada para acabar uma torrente de ideias que não identifiquei. Gritei em silêncio revoltas para as quais não conheço razões. Esbracejei pedidos de socorro por medos que não me lembro de ter sentido. Abri - não, alguém abriu, em horas em que não me habitava - uma caixa de horrores, um desassossego de peso tamanho que não sei como o pude carregar sem me dar conta.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">E não sei como chego àquele corpo prostrado que me implora ajuda do outro lado do espelho.</span></div>mel.e.dramahttp://www.blogger.com/profile/03747839908677277986noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-35793142.post-50478869840911069292009-10-16T22:11:00.002+00:002009-10-16T22:21:09.017+00:00<span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Esbarrei em mim num beco sem nome.</span><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Olhei-me, não sei se me vi. Arrepiei caminho até uma encruzilhada, caminhos sobrepostos repletos de gente. Inúmeras caras por mim passaram sem me ver; outras sorriram, seguiram; poucas chamaram. Sem querer, sem que esforço algum me fosse exigido, vi meu corpo avançar entre esta gente. Arrastado. Meu corpo apenas.</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Eu não estava.</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Vejo agora no meu corpo as marcas de cada passo e adivinho-lhe os trajectos, as agruras passadas. Não sei porque me abandonei. Não sei sequer quando me perdi de mim. Sei que a viagem, por mais curta que no calendário se mostre, me roubou pulsações demais.</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">A viagem que no meu corpo se escreveu preenche-me agora os dias. Horas a fio, disseco o que foi feito de mim, conheço aquilo em que me tornei. Não sei se me encontrei. Não sei se me encaixo neste corpo trabalhado, com experiências que não partilhei e com as quais tenho de acertar passo.</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Quero voltar para trás. Perdi-me da multidão que me arrastou e esmagou. Quero escolher outro caminho, terra batida que seja - não procuro de atalhos. Não sei se me quero assim, se este eu já não vai ceder, vergar-se perante esta gente forte que pensa saber para onde vai.</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Não sei até onde chego com esta força. Mas parada não vou ficar.</span></div>mel.e.dramahttp://www.blogger.com/profile/03747839908677277986noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-35793142.post-38684739866614970812009-04-16T20:11:00.004+00:002009-04-16T20:28:34.756+00:00<span style="font-family: trebuchet ms;">Passai.</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Negai essa vontade inata de olhar este canto.</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Hesitações cobram instantes com juros altos</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">E nada há aqui que vos compense esse tanto.</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Abutres. </span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Aqui não encontrareis angústia ou pranto.</span><br /><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Deixai-me.</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">O que aqui vedes nada mais é que vossa distorção.</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Deduções, ilações,</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Traços que são ilusões;</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Pois estes nem esboços são</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">De algo que se nomeie 'emoção'.</span><br /><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Não.</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Sois vós as vítimas de um desejo mórbido de desgraça alheia.</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Pois não matareis aqui vossa sede.</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Passai - nem olhai - que esta minha aparência</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Conta apenas metade do que me mata a essência</span>.mel.e.dramahttp://www.blogger.com/profile/03747839908677277986noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-35793142.post-82266937323130214112009-03-12T19:38:00.005+00:002009-03-12T20:13:52.896+00:00Meu globo.<div style="text-align: justify;"><span style="font-family:trebuchet ms;">Por estes dias, deambulo.</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Nem é aquele vazio amigo, que tantas vezes me vem abraçar em horas estanques. A este novo companheiro não lhe conheço o nome, sei apenas que me acompanha, feliz, quando me deito por estas noites, e acorda colado a mim, como que não querendo que abandone o isolamento que permitem os lençóis. Mas eu saio e ele segue-me.</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Nem é aquele nada que me preenche comummente. É um formigueiro em todo o corpo, um peso sem forma à conta do qual arrasto os pés e combato ferozmente a vontade das pálpebras de beijar o chão. </span> <span style="font-family:trebuchet ms;">E ainda assim não páro. Mas sou inerte. </span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Dou voltas e voltas neste meu globo, tantas quantas tenho que dar para cumprir exigências. Mas este globo é pequeno e depressa me confunde os sentidos - páro. E percebo que já estava parada, estática. Apesar de eu não conseguir quebrar o globo e sair, há quem consiga entrar. Este pó que penetra, contra as leis de qualquer física, estas paredes de vidro, vai-se concentrando e cada vez me deixa ver menos. Cada vez paro mais. Já mal consigo ver o corropio do grande globo, a vida do mundo, dos outros e quase já nem a consigo imaginar. Estou estanque, sozinha.</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Falta-me sonho, chama, delírio, ilusão, qualquer ideia de loucos que agite esta bola de vidro e a quebre em estilhaços. Um devaneio que seja, uma infantilidade! Que rache estas paredes translúcidas, que eu logo respiro loucura, encho o peito, cresço e calo de vez estes risos que acusam quem só vê e não sente. </span> <span style="font-family:trebuchet ms;">Preciso daquele ponto brilhante lá à frente que me faça esbugalhar os olhos e esboçar um sorriso delirante.</span><br /><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Por estes dias, deambulo num globo que trouxeram como recordação de uma terra encantada qualquer, pousado na prateleira. E já quase não vejo, mas sei: o encanto ficou do lado de lá.</span></div>mel.e.dramahttp://www.blogger.com/profile/03747839908677277986noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-35793142.post-78375937082858552192009-03-02T21:40:00.003+00:002009-03-02T23:22:30.833+00:00Atentados à poesia I<span style="font-family: trebuchet ms;">Falta-me brilho.</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Falta um deslumbramento,</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Desde o primeiro momento,</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Um acelerar de batimentos só porque vim.</span><br /><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Não anseio protagonismos.</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Repudio egoísmos, </span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Abismos de corações que consomem,</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Corropem</span><span style="font-family: trebuchet ms;"> a pureza de um ser</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Com um simples querer como o meu.</span><br /><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Peço um qualquer encanto</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Que me cesse este pranto</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">De ser a única em tanto,</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Tanto tempo que jamais desarmou,</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Sequer provocou<br />Um recuo - um pasmar,</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">A quem quer que seja que a fosse cruzar.</span><br /><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Não houve para mim um resto sequer dessa essência,</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Caso sem precedência,</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Para que a Divina Regência me nomeou.</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">E assim condenou a nunca roubar,</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Se tanto, um olhar,</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Nem mesmo cativar</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">A sombra que sou.</span><br /><br /><br /><br /><span style="font-style: italic; font-family: trebuchet ms;">Deixo-me, então, resumir a pó...</span><br /><span style="font-style: italic; font-family: trebuchet ms;">A que nem </span><span style="font-family: trebuchet ms;">pó de estrela</span><span style="font-style: italic; font-family: trebuchet ms;"> se pode chamar.</span>mel.e.dramahttp://www.blogger.com/profile/03747839908677277986noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-35793142.post-26569669812158269482009-02-24T23:12:00.003+00:002009-02-25T21:54:28.965+00:00<span style="font-family: trebuchet ms;">Entra no quarto e enquanto fecha uma porta abre outra. Já que as paredes só têm ouvidos, dentro destas não há testemunhas para esta fraqueza. Esta que não perturba o silêncio que transborda deste quarto, só atinge sonoridades acutilantes na sua cabeça. As paredes têm apenas ouvidos e não olhos, pois se os tivessem denunciariam a incrível rapidez com que se despoja de uma pele que se cola com extraordinária perfeição àquele corpo. Não há ruga ou ponta mal acabada que a acuse de se mostrar quem não é.</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Mira ao espelho a pele que sente, sua. Dá-lhe tempo para que respire do sufoco de mais um dia. E logo os poros desta pele, tão perfeitamente impedida de sentir, destilam o medo que outra pele camuflou. Começa então um cortejo, cadência lenta e marcada, de suspiros, delírios, apertos no peito e o que mais se permitir. Gritos abafados de uma falta de sentir.</span><br /><br /><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Já não serve, esta pele. Puxa de um lado, um rasgo no outro; um ardor na pele que sente e que não se deixa cobrir. Mas não pode sair assim, como esconder agora tamanha fragilidade... que cresce, cresce, só de pensar em passar sob o olhar de alguém com o medo denunciado em cada pedaço de si. Falta oxigénio a este ar, não chega todo aos pulmões - acelera coração - ai não, quieto. Bate só para que viva, não te rendas a emoções. </span><br /><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Dói quando sente. Dói quando se impede de sentir.</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Hoje dói tão somente existir.</span>mel.e.dramahttp://www.blogger.com/profile/03747839908677277986noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-35793142.post-80213124905755555242009-02-22T19:12:00.002+00:002009-02-22T19:36:08.763+00:00<span style="font-family: trebuchet ms;">Há horas desertas,</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Dias eternos</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Que remexe tralhas,</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Rebusca em infernos,</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Vividos, perdidos</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Em estilhaços de instantes,</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Contra um torpor desmedido,</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Um corpo exangue.</span><br /><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Há momentos a fio</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Que assemelham Eras</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Em que não se encontra,</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Só uma falta impera.</span><br /><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Não se encontra no espelho</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Por mais que se procure.</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">É quando arde um vazio</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">De um nada, tão frio,</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Que já quase se rende</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Para que o mal não perdure.</span><br /><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Mas a dúvida prende,</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Nada cala esta fome.</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Mas que pedaço falta?</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Que busca é esta, sem nome?</span><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">PS: Obriguei-me, literalmente, a escrever. Daí o resultado.</span>mel.e.dramahttp://www.blogger.com/profile/03747839908677277986noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-35793142.post-53653324352294809582009-01-27T22:48:00.004+00:002009-01-27T23:10:58.082+00:00Estado de sítio.<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjlbNkIWaUlmi5bomBf3yCMkhu9CKGbe-OBnJTPSf1wuOeCcM9mkvlP6WLBsb1eFTmUm5PkXFdVlOFD1Ucn4eiM4CLJa1Ywh77o1XNEOPsbj8qpWFw2bVnUdYdxNtLpP8_al1on1A/s1600-h/emptiness.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 320px; height: 311px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjlbNkIWaUlmi5bomBf3yCMkhu9CKGbe-OBnJTPSf1wuOeCcM9mkvlP6WLBsb1eFTmUm5PkXFdVlOFD1Ucn4eiM4CLJa1Ywh77o1XNEOPsbj8qpWFw2bVnUdYdxNtLpP8_al1on1A/s320/emptiness.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5296114940003718258" border="0" /></a><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Tinha as coisas pensadas para, chegada a este ponto, fazer um balanço dos últimos meses. Um balanço positivo. Não o desminto, só o deixo por dizer, por enquanto.</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">É que não me sinto bem. Há aqui uma intempérie, um distúrbio qualquer dentro. Anda camuflado num irritante olhar embaciado, oco, sem fim e, por nada, extravaza numa estúpida e desnecessária mistura de irritação e nervosismo. E descontrolo. </span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Não sei o que é isto. Um culminar de pressões, uma fase mais emocional, desânimo de não ver esforços terem retorno... não me interessa, que suma! Ainda há pouco havia um encantozinho especial no dia-a-dia, parecia que em cada um fazia um bocadinho mais de descoberta deste mundo repleto de carácteres novos e agora ... não me apetece descobrir. Não havia em mim cansaço, não havia em mim falta ... nem há agora, simplesmente </span><span style="font-style: italic;font-family:trebuchet ms;" >não há</span><span style="font-family:trebuchet ms;">. </span><br /><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Poder-se-ia dizer que sequei, mas as </span><span style="font-style: italic;font-family:trebuchet ms;" >janelas</span><span style="font-family:trebuchet ms;"> desta minha alma, atraiçoar-me-iam.</span><br /><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">E como é que se muda um estado de que não se conhecem os traços?</span>mel.e.dramahttp://www.blogger.com/profile/03747839908677277986noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-35793142.post-51394165954762048242008-10-18T00:48:00.002+00:002008-10-18T01:20:18.387+00:00Inércia.<span style="font-family: trebuchet ms;">Há coisas que não funcionam. Em Portugal? Muita coisa. E assim há-de continuar, porque não à vontade: nem de uns, para melhorar; nem de outros, para reclamar.</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">A coisa complica-se é quando, por umas coisas não funcionarem, deixamos também nós de funcionar. Aumenta o desgaste e a fasquia de tensão que a matéria pode suportar, diminui. Atingiu-se o limiar... e agora é ver faíscas em direcções várias, porque o que é vivo mostra sempre o 'basta', possa ou não pronunciá-lo.</span><br /><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Queria contar-vos uma história, mas não sei como, porque tudo o que escrevo, apago. Mas factos, são factos e, sem escrita rebuscada, são os que se seguem.</span><br /><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Chamam-lhe de 'sistema' e eu acho que ele me apanhou. A mim e à minha mãe, claro, que vive tudo também, se possível com mais agonia. </span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Ora eu acho que o sistema, depois de tanta tentativa, tanta choradeira, tanto remorso, me anda a querer dizer 'tu vê lá o que fazes..' . </span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Há uma coisa que se chamam 'equivalências', que agora já não se chamam assim porque, gente, estamos em Bolonha. Chama-se então 'creditação' formação, ou coisa que o valha. E é essa bendita creditação é o que me permite frequentar o 2º ano de fisioterapia em Coimbra, e não repetir o 1º. Passa-se que Bolonha entrou este ano, tanto na escola do Porto como nesta, portanto, à partida, a escola do Porto ( ou V.N.G.? ai..) não pode creditar as disciplinas, porque o sistema não existia, e as disciplinas também já não são aquelas. Mas em Coimbra há boa vontade, dizem que se há-de arranjar. Não sei é quando, dado que a ESTSP se mudou no dia 13, primeiro dia de aulas, para Vila Nova de Gaia, pelo que anda tudo num caos. </span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Não vos apoquentai, bem sei que falta brilho nesta história. Aqui o tendes: dizem-me agora que, dado que estou matriculada no Porto porque os prazos assim o obrigavam (a menos que me quisesse arriscar a ficar, de todo, sem escola alguma), terei de pagar lá 50% da propina - ilucido-vos - <span style="font-weight: bold;">450€</span>. Sendo que, se é necessário dizer, eu ainda não assentei pés na escola nova. </span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Mas, atentai, acrescentam boas notícias (!): não estou a ser prejudicada, respondem-me dos serviços académicos. Sabeis porquê? É que em Bolonha não há faltas ! Obviamente que vou saborear muito melhor esta 'boa vida' de agora em diante.</span><br /><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Era para estar contente, não era ? Mas é que me parece que há aqui qualquer coisa que não se compadece com grandes euforias... digo eu.</span>mel.e.dramahttp://www.blogger.com/profile/03747839908677277986noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-35793142.post-8107129102021969292008-10-02T20:03:00.000+00:002008-10-02T20:31:40.597+00:00(re)Voltar.<span style="font-family: trebuchet ms;">Voltei ao Porto. Não, ainda não foi de vez.</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Um dia - ir e voltar. E matei saudades, acreditem; matei mais que isso, até. </span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Vi a mesma moldura de sempre, de longe, o Douro sob os pés, as caves de olhos postos nas minhas costas, a ribeira a brilhar. E podia ter-me ficado por aí, guardava aquele retrato, como que de turista, e seguia. </span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Não fiquei. Fui matar esperanças. </span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Assentei pés no Porto e dei os mesmos passos que dei todas as manhãs de todos os dias úteis (e outros) que ali passei num ano. Marquei as mesmas pedras dos mesmos passeios. Os mesmos números nos autocarros, as mesmas nuvens negras que tento impedir que me inundem as narinas e poluam os sentidos. E com cada passo pisei o espírito de angústia. Mais um passo; pesa. Outro agora; e aguenta. Está apertado aqui dentro, não sei que se passa. Medo. Dói-me lembrar o ficou por viver. Envolve-me uma ideia fria do que vou repetir; está marcado, não há volta a dar. </span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Não quero dizer, mas não quero ter força. </span><br /><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Eu sei. Não há-de ser nada, tudo corre pelo melhor. O Porto não é assim tão mau, tenho é de ver mais, procurar. É isso.</span><br /><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Não tenho recomeço. Perdi. </span><br /><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Dia 13 faço restart na programação automática. </span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">A Laura há-de voltar pelo Natal.</span><br /><br /><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">PS: eu não queria escrever porque sabia que ia atirar pra este alvo. Vós pedistes, disparou. </span>mel.e.dramahttp://www.blogger.com/profile/03747839908677277986noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-35793142.post-39224324091163479902008-08-01T00:38:00.002+00:002008-08-01T00:44:20.224+00:00Tempestades.<span style="font-family: trebuchet ms;">Perco o Tempo que não tenho</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">a pensar no que o Tempo faz.</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Como passa, porque pára,</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">como carrega o que traz.</span><br /><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">E é Tempo que vem de encontro a mim,</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">e me carrega para diante, </span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Tempo veloz que me condena</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">num marca-passo lacerante.</span><br /><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Limita-me desejos, anseios,</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">cria em mim amarras ao mundo.</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Um Tempo que é sempre de sobra</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">e rasga momentos ao segundo.</span><br /><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Tempo é o que me puxa,</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">me atira sem comiseração,</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">para um vácuo onde esse Tempo,</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">que todo o Tempo me marca,</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">deixa de ser Tempo algum,</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">passa a ser só solidão.</span>mel.e.dramahttp://www.blogger.com/profile/03747839908677277986noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-35793142.post-1308488889611974982008-07-18T23:37:00.002+00:002008-07-19T00:12:10.188+00:00<span style="font-family: trebuchet ms;">Acorda, respira fundo e que o ar fresco te inunde os pulmões num fôlego só para todo um dia. Não olhes o tempo, és mais que isso. Define-te. Olha-te ao espelho e promete-te construir razões para sorrir, sejam elas cruas de realidade ou poeira de sonho. Olha-te nos olhos até descobrires quem és. Cumpre-te. Não deixes que desenhem por ti os traços que são teus. Nunca. </span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Sai de casa certa de que o que queres é o que vais ter, força tens tu de sobra. </span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Olha o céu e não o chão. Marca na calçada o passo certo da determinação que carregas. Não desvies olhares, sorri e sente o peito pleno com o sorriso que volta. Procura pormenores escondidos em coisas pequenas e simples. Aprende o que vale a pena. </span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Respeita-te. Declara-te tudo o que de bom tens à distância de um olhar alheio ou de uma vontade de mergulho mais fundo em ti. Descobre que é mais do que pensavas. Valoriza-te. Deixa ser o mundo a deitar-te abaixo e seres tu quem te faz erguer. Balança, tropeça, parte. E vê que só contigo consegues erguer a cabeça tão alto como dantes. Os outros só te conseguem mostrar metade do caminho.</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Depois, dá. Testa, experimenta, com mistério, com algum pudor. Cativa. Vê quem se te prende e entrega-te. Não deixes por dizer. És mais, não tens o que perder.</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Deita fora. Grita. Bate o pé. Chora. Luta e sente invadir-te uma força tão maior do que pensaste ter. </span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Concretiza. Orgulha-te. Partilha e delicia-te com isso. </span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Pensa e sente; afina esta díade. </span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Guarda e não esqueças. E sê inesquecível.</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Não apagues, reescreve.</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Põe o pé na estrada e desfruta cada passo, cada paragem, cada recuo nela.</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Vive o que queres, vive o que podes, vive o muito e o pouco. Vive para alguém, de alguém, mas vive sempre por ti. </span><br /><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Vive por mim.</span>mel.e.dramahttp://www.blogger.com/profile/03747839908677277986noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-35793142.post-74139158385200598742008-04-08T19:04:00.002+00:002008-04-08T19:08:22.685+00:00<div style="text-align: left;"> </div><div style="text-align: left;"> </div><div style="text-align: left;"> </div> <p class="MsoNormal" style=""><span style="font-family: "Trebuchet MS";">Seja qual for a paisagem,<o:p></o:p><br />O ponto mais fundo que o olhar alcança,<o:p></o:p><br />Há sempre uma rocha, <o:p></o:p><br />Uma pedra, uma areia que dança.<o:p> </o:p><br /></span></p><p class="MsoNormal" style=""><span style="font-family: "Trebuchet MS";">Tenha-se uma obra qualquer,<o:p></o:p><br />Escultura, vitral ou tela,<o:p></o:p><br />Que há-de ter sempre nela,<o:p></o:p><br />Um traço mais feio,<o:p></o:p><br />Uma cor mais escura,<o:p></o:p><br />Dura e crua.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style=""><span style="font-family: "Trebuchet MS";"><o:p></o:p>Conte-se uma qualquer história,<o:p></o:p><br />De entre quantas este mundo tem,<o:p></o:p><br />Haveis de encontrar sempre uma lágrima, <o:p></o:p><br />Ou um olho que a retém.<o:p></o:p><br />Alegria ou martírio que escondam, <o:p></o:p><br />Raiva ou loucura que expressem,<o:p></o:p><br />Não há quem,<o:p></o:p><br />Por pouco que viva,<o:p></o:p><br />Não lhe sinta o sal que tem.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style=""><span style="font-family: "Trebuchet MS";"><o:p></o:p>E é salgada esta lágrima,<o:p></o:p><br />Só por não saber ao que vem.<o:p></o:p><br />Que se soubesse, ora era doce,<o:p></o:p><br />Ora amarga de desdém.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style=""><span style="font-family: "Trebuchet MS";"><o:p></o:p>Aqui está um molho de gente,<o:p></o:p><br />Multidão num qualquer lugar,<o:p></o:p><br />Vede com atenção,<o:p></o:p><br />Que vos diz aquele olhar?<o:p><br /> </o:p><br />A pedra turva ou aguçada,<o:p></o:p><br />A cor escura que esconde a alma,<o:p></o:p><br />A lágrima a que só o amargo sente<o:p></o:p><br />Os olhos de quem está ausente,<o:p></o:p><br />Em certos dias são constante,<o:p></o:p><br />Noutros, sombra passante,<o:p></o:p><br />Mas sempre parte do que ela é.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style=""><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal" style="font-family: trebuchet ms; text-align: left;"><span style="font-size:100%;"><o:p></o:p></span></p><div style="text-align: left;"> </div><p class="MsoNormal" style="font-family: trebuchet ms; text-align: left;"><span style="font-size:100%;"><o:p> </o:p></span></p>mel.e.dramahttp://www.blogger.com/profile/03747839908677277986noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-35793142.post-14337513432800362172008-04-01T18:20:00.002+00:002008-04-01T18:25:59.516+00:00<span style="font-family: trebuchet ms;">Não me vesti de negro,</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Quando o brilho me levaste,</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Com o meu último fôlego,</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Foi-se a força que criaste.</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Acabaste.</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">E eu de olhos fechados,</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Cerrados para não ver,</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Que metade do meu viver,</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Da história que queria escrever,</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Eram rascunhos riscados,</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Rasgados.</span><br /><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Vesti-me de cinzento,</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Quando largámos as mãos.</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Vesti-me da cor que não tem definição,</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Sem ponta de agitação,</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Com a calma de quem já esperava,</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Que uma guerra longa e sofrida,</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Mesmo quando vencida,</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Já não deixa sentir nada.</span><br /><br /><br /><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Sem jeito. Mas já há muito, mesmo muito, que não me saiam sequer dois versos. Decidi pôr.</span>mel.e.dramahttp://www.blogger.com/profile/03747839908677277986noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-35793142.post-65411135473544531332008-03-06T21:06:00.006+00:002008-03-06T21:33:08.975+00:00Medo<span style="font-family:trebuchet ms;">Há momentos em que não se conhece. Não. Quase que parece que a cada momento se conhece menos. Ou não se quer reconhecer. Quer e insiste em negar-se. </span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">É feita de camadas. E cada vez é preciso mais tempo, mais paciência, mais esforço para conseguir penetrá-la por inteiro e conhecer-lhe a verdadeira essência. Toda ela é defesa, zelo. Se pudesse, viveria numa redoma. Mentira. Se pudesse, arrancava-O, O que lhe levanta o peito, origem de um batuque que magoa quando segue descompassado, tanta é a pressa de bater. Não o parava, que ele não para mesmo querendo, embora por vezes pareça que sim. Mas ela sente-lhe a falta, do batuque certo. É música ao ouvido, parte daquilo que é. O batuque. O que quer é salvaguardar-se. É demasiado arritmado para continuar a aguentar. </span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Está farta de deixar entrar pessoas. Rompem-lhe as camadas, chegam à essência e fogem no momento em que ela se levanta para abrir a redoma, por fim. Mais uma camada. Cada vez é mais difícil lá chegar. Será que se assustam? Não interessa. Basta. Quem chegar, já nem a descobre. Pura, de branco, ondulando como se fizesse parte desse imenso verde-mar. Quer selá-lo de vez. Hermeticamente.</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Mas até já dentro da redoma ele bate descompassado ! Quem ousa ? Para quê?</span><br /><br /><br /><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Não acredita que vai cair. 'Nunca mais.'</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Ingénua. Hoje e sempre. </span>mel.e.dramahttp://www.blogger.com/profile/03747839908677277986noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-35793142.post-14909955576451630982008-02-17T03:28:00.003+00:002008-02-17T03:55:18.816+00:00Farsas<span style="font-family: trebuchet ms;">Não sei bem o que vou dizer, se vou ter um discurso coerente. Vai escorrer, como escorre cada momento ou sensação ultimamente em mim. Sem quê nem para quê. Sem sequência. Acontecem, só.</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Hoje acordei e soube que precisaria do dobro da força para me levantar. Que hoje o dia requeria coragem. Era preciso um sorriso. Então colei-me ao espelho e construi-o. Um sorriso e todo um teatro para que nada me saísse mal. Para que nao transparecesse o estremecimento, a tempestade e o dilúvio interior. Que hoje eu sabia decor o que me esperava. Tinha bem encenadas as máscaras para cada momento. Por cada sentimento, uma farsa. Insegurança, raiva, ciúme, desespero. Fui preparada. Tudo ensaiado e o sorriso pronto para mostrar logo que necessário.</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Enganei-me, a princípio. Afinal a ameaça não era tanta. Afinal eu estava à altura do desafio. Afinal consegui rir-me com vontade. Tive-me como salva, pelo menos deste desafio. Gosto efémero.</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Nao consigo. Sei o que valho, sei que sou mais. Mas nao sou eu que estou lá. Dói. Revolve-me as entranhas. E o pensamento, com previsões hipotéticas do que fez ou está para fazer.</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Chorar? Nao consigo. Hoje nao. Acho que perdi a bomba do peito a caminho de casa e como doeu menos, pesou menos, nem dei conta. Vou ver se o encontro numa berma qualquer amanhã.</span><br /><br /><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Quero um conto de fadas à minha porta. Depressa.</span>mel.e.dramahttp://www.blogger.com/profile/03747839908677277986noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-35793142.post-78884891463647475582008-02-13T22:39:00.002+00:002008-02-13T23:02:16.360+00:00Quem espera ...<span style="font-family: trebuchet ms;">Num dia acredito, no seguinte não. Tal como tu : num dia prometes futuro, o mundo partilhado entre nós; no seguinte viras costas, levas esse mundo nos braços e dá-lo a outra pessoa, como se nada fosse. </span><span style="font-weight: bold; font-family: trebuchet ms;">Não suporto</span><span style="font-family: trebuchet ms;">. E não o vou esconder. Já contive demais as palavras com medo que as usasses contra mim, com medo que deitassem por terra a nossa derradeira oportunidade. Chega. Eu já errei, tu também. Não chegámos aqui a mando de apenas um. Mas errámos e acertámos ambos, temos as contas certas. O castigo que vier a partir de hoje é maldade e eu não quero marcar-te dessa forma. </span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Dizes agora que adoras a forma como te trato e eu digo-te a ti que foi assim que sempre te quis tratar. Tu sabes que sim, que dou por natureza, até demasiado. Não o fiz antes por medo, inseguranças. Cresci imenso contigo, voltei a ter a ingenuidade que tanto me fazia chorar, que tantas marcas me causou, mas de que eu tanto gostava. Quis voltar a dar-me a ti sem restrições, porque o medo já cá não morava. Mas tinhas de abrir o baú outra vez. Estava tão bem escondido, tão bem cerrado. E eu ainda não vejo as sombras a cirandar pelo quarto, mas já as sinto e quase que as ouço, rindo de mim, vão-me consumindo. Não sabes já o que custa fechá-las de novo? E tu pensas que sabes, e eu gostava que sim, mas não sabes ... que cada vez que viras costas a presença delas é maior, que elas me assustam, me esmagam, me fazem querer desistir. e que de cada vez que prometes, mesmo quando mostras mais certezas, elas te comem metade das palavras e não deixam que o sentido chegue a mim.</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Não quero ser lembrança, boa ou má, quero ser vivência, presente e futura. </span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Sou paciente, sei esperar, respeito o difícil, a luta, a prova e o desafio. O que é certo faz-se esperar e é a conquista do que não temos, do que temos de provar merecer que nos torna felizes. É a natureza humana. </span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Eu luto, cada dia. Coloco mais peso sobre o baú a cada dia, cada dia mais coberto. Luto cada dia para dar alento a um coração que se toma já por condenado porque nunca lutou assim por outro alguém. Luto para ter razão para sorrir durante todo o dia e só à noite deixar que as sombras, os medos me arranquem dos olhos as lágrimas que guardei. </span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">E quando penso nisso parece-me ridículo, parece-me injusto, parece-me que mereço mais. Que tu digas o que queres, faças o que precises para ter o sorriso na cara e o peito cheio enquanto eu me resigno, abaixo a cabeça e me escondo a ouvir as mesmas melodias uma vez, outra e outra ainda. Tenho medo do cansaço, do desgaste de um sentimento que tanto queria viver. </span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Esperar... mas não quieta, junto ao mar, que ele já me conhece as fraquezas e guarda todo o segredo.. e em frente a ele posso cair que sei que me devolve sempre à praia. Esperar, mas viva, com risos infantis, simplicidades, afectos sem pedir porquê. Esperar. Mas com nuvens de algodão sob os pés, flores emaranhadas nos caracóis, brilho verde nos olhos ... e um mundo simplesmente encantado dentro do coração, para um dia ganhar vida e se deixar viver por nós.</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">À espera.</span>mel.e.dramahttp://www.blogger.com/profile/03747839908677277986noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-35793142.post-310520185127540002007-12-03T13:26:00.000+00:002007-12-03T13:40:04.240+00:00Dias...<span style="font-family: trebuchet ms;"> Há dias em que tudo o que carrego é cansaço. O ar entra mais fundo, sai mais lentamente e todo este processo é pesado. O sol bate nas palpebras, os ruídos massacram os ouvidos, até que os olhos abrem, a custo, e há qualquer circuito que, tenha descansado muito ou pouco, recomeça. O corpo pesa-me imenso, tem vontade de ficar inerte, adormecido. </span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Há dias em que vontade em mim, há só essa. De resto, tudo é feito por uma força que não conheço e que conheço muito bem, porque já há algum tempo que é visita. E nestes tempos, que se faz da casa.</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Sinto não saber o que faço ou porque o faço. E tenho uma angústia de não saber o que fazer, por isso, faço o que me dizem. Sobretudo canso-me de mim, às vezes. Quase que desisto, quase que me deixo ir. </span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Há dias em que quase tenho força e determinação, dias em que quase digo, dias em que quase mudo alguma coisa.</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Mas, quando chega o outro dia, adormeço a força e a determinação, adormeço a vontade e o sonho e fecho tudo num canto de mim. E quando esse dia chega, adormeço o que sou.</span>mel.e.dramahttp://www.blogger.com/profile/03747839908677277986noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-35793142.post-68163139588830270352007-07-10T21:42:00.000+00:002007-07-10T22:30:08.365+00:00Não sei o que diga, embora haja muito em mente.<br />Não sei escrever. Conheço palavras, significados, até mesmo outras línguas... E nem isso me basta. Já não sei.<br />O que sei é que não tenho controlo. De nada. Que me sinto a perder qualquer coisa, alguém. De vez em quando. E que tenho vontade de o contrariar, de falar, de lembrar... De dizer 'ainda te sinto'. Mas não digo. Parece despropositado. Mas sinto. Sinto tanto, de tantas formas, para diferentes gentes. Sinto a quem esteve sempre comigo, a quem não oiço ou leio uma palavra há mais de 2 semanas, a quem afastei e me afastou e agora reencontrei. Até a quem me magoou.<br />Sinto mas não o lembro. Também a mim não o fazem. Não me sentem assim?<br /><br />E tenho... Não sei o que tenho, não é medo nem ansiedade. É preocupação. E alheamento. E vontade de voltar atrás. Melhor, de não deixar o futuro vir. Não sei se lhe sobrevivo.<br /><br /><br /><br />E isto não é nada. Que eu não estou triste. É só um cantinho da mente que trabalha sempre discretamente e de quando em vez discorre para o consciente uma torrente de...coisas.mel.e.dramahttp://www.blogger.com/profile/03747839908677277986noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-35793142.post-52961532939047739992007-05-11T21:44:00.000+00:002007-05-11T21:54:57.863+00:00Confrontos<span style="font-family:trebuchet ms;">Hoje é um dia meio triste. Hoje, sem aviso prévio, confrontaram-me com a realidade. Não que ela estivesse mais feia que o costume... Bom, a bem da verdade, estava um nadinha mais feia. Ou talvez estivesse eu menos pronta para a receber, assim, naquela dimensão. Hoje, hipocrisia entrou no meu dicionário. Dantes, eu <em>via</em> hipocrisia, hoje <em>senti-a. </em>E, ainda que indirectamente, ainda que pela boca de terceiros, a hipocrisia agarrou-me e, por momentos, esmagou-me. E depois vi que ela vinha de mãos dadas com a falsidade. E, por fim, com a cegueira. A minha cegueira. </span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;"></span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Hoje é um dia meio feliz. Hoje, tornei-me renegada, marginalizada, involuntariamente. Hoje, conclui o processo de separação da amálgama de qualquer coisa que me rodeia. Hoje, percebi que consegui(mos) construir um cantinho sagrado, separado, mas puro. Hoje, vi em que é que sou diferente e em que é que os outros são iguais. Hoje, defini quem tenho e quem preciso. Hoje, vi que tenho a sorte de não precisar de mais.</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;"></span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Hoje foi mais um dia ... <strong>Bom</strong>.</span>mel.e.dramahttp://www.blogger.com/profile/03747839908677277986noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-35793142.post-43947241212784177472007-04-11T21:12:00.000+00:002007-04-11T21:58:30.856+00:00Episódios<span style="font-family:trebuchet ms;">Coimbra, 23 de Março de 2007.</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;"></span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Sexta-feira de sol. Quente, como sempre são em Coimbra, por já ser uma cidade mais do 'enterior'. E talvez pela mesma razão se justifique o episódio que aqui relato.</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Dirigi-me a Coimbra com a minha irmã para ir buscar o meu primo que chegava da Covilhã. O próximo comboio ainda tardava, pelo que fomos até à Martim de Freitas visitar a minha prima. Toca para a entrada e nós apanhamos o autocarro para voltar à estação. Calor e gente. Muita gente. E sacos de todo o tamanho e feitio a ocupar aquele espaço em frente à porta central que poderíamos ocupar, pelo que nos juntamos bem à beira da porta. Vou eu a recomendar o meu primo que se afaste quando a porta abrir para não correr riscos quando ela abre e verificamos que não acerta em nenhum de nós. Tanto melhor. </span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Mas o autocarro ia mesmo cheio. As pessoas que tentam sair, encolhem-se para passar por entre as que estão de pé e, numa das paragens, já com um pé fora outro ainda dentro, há uma senhora avantajada que lança um 'deixem passar..!' desdenhoso. ' É connosco? ' . Pois é. 'Eu até afastava, se tivesse para onde ir' - e reprimo o 'sua gorda' que estava mesmo a pedir para sair. Passou-se. Na paragem seguinte o autocarro apresentava-se tão ou mais cheio. Calor. Dor de cabeça. 'Farta de aqui estar, mas isto tem mesmo de parar em todas?'. Já só faltavam 4 ou 5 paragens, mas estava-se mesmo a ver que tinha de me chatear com alguma coisa. As pessoas começam a sair, comprimimo-nos ao vidro que nos separa dos lugares sentados, mas há um senhor simpático que do alto dos seus 70 anos e do fundo do umbigo em que já nem consegue pôr os olhos diz, curiosamente também já quase com um pé de fora e, coincidência das coincidências, com igual ou maior desdém 'vão lá p'ra marmelada para outro sítio!'. (...). 'Quê, mas era para nós, Gonçalo?' . Ele ri. 'Marmelada? Eu dizia-lhe já que não sou afincadamente apologista de meios encestos...' - digo para o chão, entre-dentes. A coisa estava montada. Começo a ouvir uns comentários de umas senhoras de 50 anos para cima, para não destoar, bem constituídas, que já tinham o caso como novela mexicana. 'Deixe-os la', home', que estão na idade!'. Fecha-se a porta. Dou a coisa por terminada, de olhos cerrados, tal era a paciência. 'Não liguem, filhos, tomara eu ter feito o mesmo! Tomara eu ter a vossa idade!'. 'Mas o que é que eu tenho a ver com isso?' - digo para o meu primo. Ele ri. 'Era o que me faltava agora!Que paciência...!Oh, gentinha...é por isso é que este país me...oh, que gente!'. E ele ria. E eu ria também...de nervoso. E ela tinha apoiantes que diziam 'sim, sim...' e ela ainda dizia 'ora essa..!'. </span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Mas quê, eu vou a falar com um rapaz de olhos postos no chão para não ter de olhar para a gente que me rodeia, comprimida contra um vidro, e há alguém que vê 'marmelada' nisto? Pois se fosse fruta, esmagada já estava..(!) mas sendo gente...</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">É que apontam o dedo ainda mais depressa que a gentinha adolescente...!</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;"></span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Mas eu gosto...destas viagens ao 'Portugal profundo'. </span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;"></span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;"></span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">____________________________________________________________________</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">PS: E eu só não me enervei mais porque pensava 'esta vai já para o blog...'</span>mel.e.dramahttp://www.blogger.com/profile/03747839908677277986noreply@blogger.com3